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Horta escolar aproxima estudantes da natureza e ensina a economizar água

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Projeto da Prefeitura de Hortolândia capacita gestores e incentiva a implantação do projeto em unidades escolares do município

Horta escolar - Hortolândia (SP)

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Cultivar, desde cedo, no espírito da criança, o respeito pela Terra e estilos de vida mais integrados à natureza. É deste modo que o projeto “Hortas Escolares” vem disseminando nas escolas da rede municipal de Hortolândia, em aulas de ciências ao ar livre, diversos conceitos de educação ambiental, como o uso racional da água, o risco de contaminação do solo e dos mananciais por agrotóxicos ou descarte incorreto de lixo, a alimentação orgânica e a visão do ser humano como parte integrante desta intrincada teia de vida que envolve minerais, vegetais e outros animais.
Realizado pela Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Educação, o projeto, criado em gestões passadas e mantido no governo do prefeito Antonio Meira, está em pleno funcionamento em 10 das 54 escolas da rede municipal. Em 19 creches, o primeiro passo para a implantação de hortas, horizontais ou suspensas, começou na sensibilização dos gestores via formação.

“Lançamos o desafio aos gestores no sentido de reaproveitar o espaço da escola para o plantio de verduras, até mesmo em hortas suspensas, associando a horta escolar ao conceito de sustentabilidade”, afirma o diretor de Formação Continuada, Aparecido Donizeti Chagas de Faria. “Deste modo, mostramos às crianças que elas podem ter acesso a legumes e hortaliças que elas mesmas plantaram. Não é preciso ter um espaço grande para que haja o cultivo. Além disso, a horta é uma ferramenta interdisciplinar, que pode ser usada em aulas de várias disciplinas, desde ciências e geografia até português e matemática”, ressalta o educador.

Para envolver a todos, estudantes e profissionais da pasta, a Secretaria tem realizado, desde o início do ano, cursos anuais. Eles são oferecidos em etapas e compreendem duas outras importantes formações na esfera da educação ambiental: uma sobre a “Semana da Água/ 2013”, que enfoca o “Sistema Cantareira: compartilhando desafios”; a outra sobre o projeto “Laboratório Viva Ciências”.

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Instalados em todas as Emefs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental) e Emeiefs (Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental) do município, os “Viva Ciências” oferecem a alunos e professores da rede municipal recursos pedagógicos para uma abordagem prática das ciências em quatro eixos: saúde e corpo humano, seres vivos, ambiente e meio ambiente, ciência e tecnologia.

A “Semana da Água” é um projeto desenvolvido há 19 anos pelo Consórcio PCJ (Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), por meio do programa de Educação e Sensibilização Ambiental, e apoiado pelos parceiros, como a Prefeitura de Hortolândia. O tema deste ano chama atenção para a importância estratégica do Sistema Cantareira, complexo responsável por abastecer 13 milhões de pessoas no estado de São Paulo — cinco milhões nas Bacias PCJ e outras nove milhões na Grande São Paulo, segundo dados do Consórcio.

Economia de água

De acordo com a bióloga Ângela Júlia Ghiraldelli, um dos formadores responsáveis, juntamente os professores Bruno Ricardo M. Dutra, Juliana Maria Santos e Regiane Sofia Valério, o objetivo das formações é trabalhar a temática água no seu aspecto amplo, envolvendo as Ciências Naturais. Para a educadora ambiental, enquanto o curso sobre as hortas escolares representa uma forma divertida de trabalhar ciências, “despertando, por meio da curiosidade da criança, o amor e o respeito pelos seres vivos”, o conjunto de formações sobre educação ambiental possibilita “uma visão ampliada das múltiplas possibilidades da Ciência, um entendimento das questões relativas ao consumo adequado e ao desperdício da água, além da compreensão do que significa a nova outorga do uso da água do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ (Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí)”. O tema vem sendo debatido em razão do crescimento populacional nas Bacias PCJ, que, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pulou de 2% para 4%, afetando a demanda de água na região, agora e no futuro.

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A fala da bióloga destaca mais uma etapa do curso: a visita ao Sistema Cantareira, prevista para os dias 10 e 24 deste mês. A expectativa é que, ao final da empreitada, os profissionais da Educação estejam mais preparados para as atividades da “Feira de Ciências”, que acontece em outubro e marca o encerramento da “Semana da Água/2013”.

Teoria e prática

A fase mais teórica aconteceu em agosto. No início da etapa teórico-prática, um total de 70 gestores, assistentes de direção do Ensino Fundamental e coordenadores pedagógicos da Educação Infantil, participaram, nos dias 16 e 17 de setembro, de 8 horas/aulas sobre hortas escolares com o engenheiro agrônomo Osmar Mosca Diz, da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), do governo do Estado. Os encontros aconteceram no Creape (Centro de Referência Ambiental Parque Escola), no Jardim Santa Clara do Lago II).

Osmar Diz falou sobre algumas técnicas de produção de hortaliças, a preparação da terra e dos canteiros para o plantio, o ciclo hidrológico da chuva, a fotossíntese, a produção de mudas e métodos de semeadura, a utilização de resíduos de cozinha para a compostagem (material orgânico decomposto utilizado para a fertilização da terra) e como lidar com as crianças no espaço da horta escolar. Os presentes foram convidados a olhar para a terra por um prisma diferente do enfoque dado nos dias atuais: não como o lugar onde crescem as plantas e de onde o homem tira o sustento, mas como organismo vivo, ao qual deveria se integrar positiva e respeitosamente.

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“Quando as crianças participam deste processo natural, vão se transformando, sentem-se envolvidas e passam a ter paciência com os processos da natureza. Também passam a dar valor a alimentos mais saudáveis, a ter um consumo mais criterioso e saudável, preservando o bem-estar do Planeta, a reverenciar os bens da natureza”, explica o agrônomo. “A horta permite desenvolver este sentimento de amorosidade para com a natureza, desde a minhoca, à semente, às flores, os frutos e os pássaros. Gosto de pensar a horta escolar como uma mandala, que une a produção com a beleza. Por meio dela, podemos desenvolver este espírito, este sentimento de respeito, reverência para com a natureza e para consigo mesmo. Quando a criança começa a aprender que a alimentação natural faz parte da nossa vida, sente o gosto de pegar uma fruta da árvore, desenterrar uma raiz de cenoura, se vê como terra também, como participando. O supermercado é uma barreira violenta entre o consumidor e a agricultura, porque a criança só vê a coisa pronta. A horta permite que a criança se debruce, se dobre e puxe da terra, com alegria, os legumes que ela mesma cultivou. Devemos plantar esperança no coração das crianças para que o mundo seja mais fraterno, humano, bonito, feliz e saudável”, filosofa Osmar Mosca Diz.

A assistente de direção da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Interlagos, Sílvia Solha, um dos participantes da formação, diz que o projeto pode estimular no aluno práticas saudáveis: “Há vários conteúdos a trabalhar: a alimentação saudável, a reciclagem, o que aproveitar para a adubação, além do fato de poder levar para casa o que vê na escola”. No momento, o desafio é justamente o lançado pelo diretor de Formação Continuada: como implantar a horta no espaço físico da escola.

“Foi um aprendizado e tanto. Vamos inaugurar nossa horta na ‘Semana da Água’, mas já estamos trabalhando com as nossas crianças a importância do uso consciente da água e do que ela representa no nosso dia a dia, da preservação dos rios, da não contaminação dos alimentos. Aprender sobre o sistema Cantareira foi fundamental para o projeto”, explica Ana Paula dos Santos Rodrigues, coordenadora pedagógica da Emeief Jardim Santa Esmeralda, que também está inscrita na formação. A unidade pretende cultivar alface, cenoura, cebolinha e couve sobretudo para fins pedagógicos, mas com a possibilidade de aproveitar estes alimentos também na merenda.

Berinjela cultivada na escola

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Apontada como uma das hortas-modelo na rede, a da Emef Prof. Claúdio Roberto Marques, no Jardim Santana, produz o ano todo espécies variadas como berinjela, mandioca, abóbora, chuchu, salsão, salsinha, couve, tomate e dois tipos de alface. “Ela tem finalidade pedagógica, pois mostramos aos alunos temas trabalhados em sala de aula. Eles acompanham todo o ciclo: plantar, colher e comer”, destaca a diretora Adriana Andrade.

“Eu me sinto livre e mais feliz na horta”, revela a estudante do 3º A, Luane Vithoria Rodrigues, de 8 anos. “É gostoso, porque aqui a gente participa mais da natureza. Ela deixa o ar limpo e também representa alimentos”, ensina a menina. O colega de sala, Noé Pinto de Souza Jr., também de 8 anos, pensa parecido. “A horta ajuda o planeta porque é da família das árvores, dos vegetais, e produz o ar para a gente. E nela também tem as lesmas, as moscas, as formigas, as abelhas e os pássaros. Se alguém machuca a horta, a gente também se machuca”, ressalta.

“Aprendi que, na horta, tem vida que vai crescendo devagar, como o girassol, a berinjela, o coco”, diz Vitor Gabriel Ribas, de 8 anos, outro aluno da professora Sandra Urso. “É muito legal porque tem várias coisas para a gente comer, que tem ferro nos alimentos e a gente cresce forte e saudável”, complementa.

Cultivadoras dedicadas, as amigas Júlia Beatriz Santos Pereira e Gabriela Evaristo Rossito, ambas de 8 anos, destacam o aprendizado no manejo da plantação. “Algumas plantas tem que cortar sem tirar a raiz para não estragar os brotos. A alface tem que tirar com cuidado para não matar o canteiro. Aqui tem coisas que a gente não conhecia e são bem saudáveis, como o jiló, o salsão, a rúcula e a hortelã. Elas dão mais alegria e energia para a gente ficar mais inteligente e ter força para brincar e correr”, ensina a pequena Júlia. “A gente tem que se abaixar e ter cuidado para não pisar nelas nem estragar as hortaliças”, complementa Gabriela. “A horta ajuda os homens a sobreviverem. Trazem o alimento para a gente comer. Aqui, os humanos ajudam a plantar e ela dá também o ar para a gente respirar, além das áreas verdes, que deixam o mundo mais colorido e agradável”, destaca a menina.

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Para Ângela Ghiraldelli, este é o trunfo da horta escolar. “É uma rica ferramenta. Com ela, podemos trabalhar desde a semente, os animais que a compõem, até o valor da terra, o desenterrar da planta e o incentivo à alimentação saudável”, assinala.

“A rede municipal de educação tem aprofundado o trabalho interdisciplinar que promova situações práticas em defesa à sustentabilidade do nosso Planeta e experiências para a formação de pessoas mais solidárias, saudáveis e éticas”, afirma a secretária de educação, Cleudice Baldo Meira, destacando que o projeto se alinha a um contexto em que a cidade “avança no saneamento básico (rede de esgoto coletado e tratado), parques lineares, implantação de academias públicas e arborização”.

Segundo Andréa Borges R. Dias, gerente de Sensibilização e Gestão do Consórcio PCJ, parceiro da Prefeitura, o projeto busca fazer “um resgate com os alunos sobre a importância do cuidado e do cultivo da terra para a nossa sobrevivência e de viver de forma integrada com a natureza. Através das hortas, vários temas podem ser debatidos, como a importância dos alimentos orgânicos para a nossa saúde, a contaminação do solo e dos lençóis freáticos com agroquímicos, o uso racional de água na irrigação, etapas do desenvolvimento das plantas, diferentes partes das plantas que consumimos (raízes, caules, folhas, flores), entre outros”, destaca.

Fonte: Assessoria de Comunicação / Prefeitura de Hortolândia

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