A comissária de bordo Michelli Martins Nogueira, de 31 anos, moradora de Sumaré, foi encontrada morta dentro de uma mala na noite de segunda-feira, por volta das 18h50,na cidade de Nazaré Paulista, a 114 quilômetros de Sumaré. A mala estava às margens da represa do Atibainha, na Rodovia Dom Pedro I, km 50, no bairro São Lázaro. Um casal que teria ido até o local encontrou e mala e desconfiou após ver as pernas da vítima para fora, constatando se tratar de um corpo.

O corpo estava com lesões na cabeça e marcas de pancada na boca e no crânio, segundo divulgou a Polícia Civil.

Horas depois da localização do corpo de Michelli, a Guarda Civil Municipal de Sumaré encontrou o corpo de Julio César Arrabal, de 40 anos, por volta das 2h30, madrugada de terça-feira, enforcado na residência do casal, na Rua Guaraci, no Residencial Guaíra, na região do Jardim das Orquídeas, em Sumaré. A suspeita é de que Arrabal tenha matado Michelli, ‘desovado’ o corpo às margens do rio e depois se suicidado.

Segundo as autoridades policiais de Nazaré Paulista, durante a manhã de segunda-feira, um Chevrolet Classic preto em nome de Arrabal, teria passado em alta velocidade em um radar no km 72 da Rodovia Dom Pedro I. O veículo foi encontrado na madrugada de terça-feira, estacionado em frente à residência do casal.

Na residência, a perícia técnica apreendeu uma garrafa de vodca com menos da metade de bebida, sete embalagens plásticas usadas para acondicionar entorpecentes, uma nota de dois reais enrolada, da forma utilizada por usuários de cocaína, o celular de Michelli e seu notebook. Uma faca com vestígios de sangue também foi encontrada. O corpo de Michelli passou por exame necroscópico no IML (Instituto Médico Legal) de Bragança Paulista.

De acordo com informações da Polícia Civil, à princípio, a investigação acredita que Arrabal tenha matada a mulher em Sumaré, visto que há vestígios de sangue no imóvel do casal e depois viajado até Nazaré Paulista, cerca de 1h20 de distância, e jogado o corpo pela ribanceira às margens do rio, retornando para sua casa, onde se suicidou, utilizando um cinto para se enforcar nas grade da escada da residência.

A mala utilizada no crime era de Michelli, que trabalhava como comissária de bordo na companhia aérea Azul. Dentro da mala ainda havia documentos da vítima, cartões e diversas cartelas de medicamentos controlados. A empresa divulgou nota sobre o caso e afirma que “lamenta profundamente o ocorrido com a tripulante Michelli Nogueira. A companhia está prestando toda assistência necessária à família e colaborando com a Polícia Civil, razão pela qual a Azul não vai comentar o assunto”.

MOTIVAÇÕES

De acordo com informações de familiares, Michelli teria ameaçado se separar do marido, caso ele voltasse a usar drogas. Arrabal seria usuário de cocaína e já chegou a ser internado em uma clínica de reabilitação. Ele continua sendo o principal suspeito. Os familiares ainda contaram que o casal estava junto há dez anos.

Michelli teria chegado de viagem no sábado e, segundo familiares, existe a possibilidade dela ter flagrado ele usando entorpecentes. A vítima já teria registrado boletins de ocorrência contra o marido, mas o motivo não foi divulgado.

A aeromoça era esperada em um churrasco na casa de parentes no sábado. Segundo Daniel, desde então a família tentava contato com ela, sem sucesso, e achavam que a irmã poderia ter viajado com o marido.

O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil de Nazaré Paulista e pelo 2º Distrito Policial de Sumaré. O delegado Marcelo Moreschi foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado.

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