Critica: Nicolas Cage, o fim do mundo e o fim de sua carreira

A vertente dos filmes que dialogam com a fé dos seres humanos e sua relação com Deus cresceu muito de uns anos para cá, mas o problema em títulos como ‘À Prova de Fogo’, ‘Corajosos’ e ‘O Fazendeiro e Deus’ é a forma maniqueísta de tratar o tema, com suas lições de moral bastante rasas e dramas de gosto duvidosos. Mas nada se compara a ‘O Apocalipse’, baseado na série de livros escritos por Jerry Jenkins.

Nicolas Cage, trabalhando desesperadamente para deixar suas contas em dia, consegue o que parecia impossível, ou seja, fazer o pior filme da sua carreira. Com furos primários no roteiro e diálogos de tirar gargalhadas do espectador, como quando uma das aeromoças pergunta a Ray se não tinha medo e ele, prontamente responde: “Sentirei medo assim que tiver tempo”, nada faz sentido aqui.

Na sessão em que estava, várias pessoas saíram antes do término por não aguentar tamanha enrolação. O único ponto positivo vai para Martin Klebba (um dos anões em ‘Espelho, Espelho Meu’) e seu personagem cheio de tiradinhas engraçadas, de resto, nem a figura sensual de Cassie Thomson ou mesmo o jornalista boboca de Chad Michael Murray convencem.

Chloe volta para rever sua família e ainda no aeroporto reencontra seu pai, um experiente piloto de avião. Mesmo sem querer, descobre que ele está tendo um caso com uma das aeromoças. Desconcertada, acaba se abrindo com um desconhecido que está esperando para embarcar. Passado algum tempo, diversas pessoas acabam desaparecendo sem explicação (essa cena é um dos maiores corta clímax do cinema), causando pânico generalizado.

Sinceramente, eu queria ter ido para o paraíso, para não precisar perder quase duas horas da minha vida com esta baboseira. Infelizmente meus pecados falaram mais alto e fui castigado pelo dublê de diretor Vic Armstrong. Até onde vai a decadência de Nicolas Cage eu não sei, mas será quase impossível vê-lo em algo tão ruim quanto este. Cage precisa ter mais fé.

Confira a programação aqui: Cinema Hortolândia

Por: Eder de Oliveira
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