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Touro Ferdinando (6,5)

A trilogia Toy Story, Wall-E, Up – Altas Aventuras, Ratatouille e Viva – A Vida é uma Festa são obras primas da Pixar e que a deixa anos-luz à frente da Blue Sky, que conta com projetos como A Era do Gelo (que foi ficando pior a cada sequência), Robôs, Horton e o Mundo dos Quem e, por último, o Touro Ferdinando, dirigido pelo brazuca Carlos Saldanha e que ainda pode ser visto nos cinemas de todo o país.

Personagens como os ouriços Um, Dois e Quatro e a cabra Lupe, estão lá para serem o alívio cômico, com os cacoetes de personalidade que você já deve ter visto um sem número de vezes. O amor incondicional da garota pelo touro é fofinho, mas ela poderia ter uma construção melhor desenvolvida. Os cavalos farão os espectadores virarem os olhos e sentirem uma pontadinha de vergonha alheia, principalmente na cena da disputa de dança. E Ferdinando tem a jornada do herói tão mastigadinha e sem grandes surpresas que, se comparado com Blu de Rio, é pobre e subaproveitado, mesmo com algumas boas decisões de design em suas características.

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O visual aqui é o verdadeiro chamariz. Os planos abertos com as paisagens que saltam aos olhos, as cores vivas que deixarão a criançada e os adultos embasbacadas, toda reconstrução dos edifícios, casas e ruas espanholas e o estádio onde se passa o desafio final de nosso protagonista tem um cuidado absurdos e, talvez por isso, Touro Ferdinando tenha conseguido esta vaguinha para o Oscar de Melhor Animação deste ano. As músicas que embalam os momentos de ação grudam no ouvido e você sai cantarolando da sessão, ou seja, esta sintonia é extremamente saudável.

Um conto sobre aceitação, rito de passagem e, porque não, um alerta sobre o quanto os animais sofrem neste tipo de evento que, mesmo com suas tradições, devem ser repensados e repaginados. As bilheterias, que já ultrapassam 180 milhões de dólares pelo mundo, provam que há um público seleto para a empresa investir. Mas diferenciar um pouco e ter a coragem de ousar, pode levar ainda mais público aos cinemas. Para o bem ou para o mal, é importante notar que Saldanha firma de vez seu nome em Hollywood e mesmo com um enredo passado na Espanha, fique atento pois há uma pequena homenagem ao Brasil, numa certa estação no metrô. Se fosse um aluno, Ferdinando passaria de ano, mas com uma média bem menor do que gostaria.

Assista em Hortolândia no CineSystem

Por Éder de Oliveira
Jornalista e criador do site www.cinemaepipoca.com.br

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