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Verbas federais para Hortolândia são 42% maiores

Com o caixa fluindo, obras em andamento e visível modernização de seu parque industrial, Hortolândia é a única cidade da RPT (Região do Polo Têxtil) que não sofreu, este ano, com a desaceleração da economia, nem com a crise hídrica ou por crise política. Para o resultado somou investimentos privados e parcerias com o governo federal, que liberou R$ 130,8 milhões – 42% a mais do que receberam Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré neste ano.

A desaceleração da economia derrubou os repasses oficiais e afetou claramente Americana e Sumaré, que também enfrentam crise política com a cassação dos prefeitos eleitos Diego De Nadai e Cristina Carrara, respectivamente. Ambos são do PSDB.

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Dos dois, só Cristina segue no cargo, mantida por um recurso em andamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). De Nadai foi cassado em outubro deste ano.

Sem caixa até para pagar o funcionalismo, as duas cidades não fizeram qualquer investimento em obras ou serviços públicos também porque têm, por razões políticas, acesso restrito a órgãos federais. “A cada 15 ou 20 dias eu estou em Brasília atrás de novos recursos”, revelou o prefeito de Hortolândia, Antonio Meira, filiado ao PT.

Com a metade do mandato de Meira, a Prefeitura de Hortolândia completa 10 anos sob comando petista, somando dois governos seguidos do ex-prefeito Angelo Perugini, que ficou no cargo entre 2005 e 2012.

VERBAS

Um dos maiores convênios com o governo federal é para investimentos na drenagem urbana e no manejo das águas pluviais da cidade. Há três parques lineares em construção ao redor de três reservatórios – o JAC 1 (Jardim Novo Ângulo), JAC 2 (Jardim Minda) e JAC 3 (Parque Gabriel). O investimento do governo federal nestas obras é de R$ 75 milhões e a contrapartida da prefeitura é pouco superior a R$ 12,1 milhões.

“Em época de chuvas fortes, tanto o reservatório JAC 1 quanto o JAC 2 suportarão o volume de água sem transbordar, com auxílio de uma barragem. Em tempo de seca, as comportas das barragens ficarão fechadas e a água armazenada poderá auxiliar no abastecimento da cidade. Já o JAC 3 reservará o volume excedente da chuva, evitando que a água escoe pelo ribeirão Jacuba até a região central, onde sempre tivemos alagamentos”, destacou o prefeito.

Este tipo de investimento carrega outros benefícios. “Os investimentos em infraestrutura sempre foram fundamentais para melhorar o dinamismo econômico da cidade, porque gera empregos, amplia o transporte público, mais comércio e serviços etc. Na região do JAC 2, por exemplo, a proximidade do parque com a área residencial valorizou, e muito, o preço dos imóveis e a especulação imobiliária. Com isso, os proprietários também investem em reformas, seguindo a tendência de valorização deste setor”, afirmou o secretário municipal de Indústria, Comércio e Serviços, Dimas Correa Pádua.

Avaliação da pasta aponta que o preço médio do metro quadrado na região do JAC 2 passou de R$ 40 em 2010, para R$ 400 este ano.

‘Abandono’ provocou a emancipação

Hortolândia foi elevada a município há 23 anos. “Enquanto distrito, Hortolândia sempre foi uma região abandonada pela administração municipal de Sumaré em infraestrutura e na área social, apesar de ter representantes na Câmara. Surgiu, então, um movimento político, sob a liderança de Antônio Dias (Luiz Antônio Dias da Silva), que teve apoio da população, que aprovou a emancipação em 1991. Grande parte da arrecadação de Sumaré foi levada”, contou o professor e vice-presidente da Associação Pró-Memória de Sumaré, Francisco de Toledo.

Na década de 1980, devido à instalação de indústrias atraídas por incentivo fiscal, Hortolândia gerava 60% da arrecadação de Sumaré. Antônio Dias foi o primeiro prefeito hortolandense e, na época da emancipação, o atual prefeito Antonio Meira e o ex Angelo Perugini eram vereadores em Sumaré.

Diferente de outros municípios emancipados na mesma época no Estado, Hortolândia deu certo e vem deixando para trás até mesmo Sumaré. Sua população cresceu de 90 mil habitantes, para 212 mil, atualmente. A cidade de Pontalinda, por exemplo, emancipou-se de Jales também em 1991 e, sem conseguir atrair novos investidores, sobrevive ainda hoje dos repasses oficiais, para atender a 4,3 mil moradores.

Atualmente, segundo a prefeitura, Hortolândia possui média salarial de R$ 3,1 mil, índice de desemprego de 2% e um crescimento econômico de 15% ao ano (observado nos últimos cinco anos). Há dez anos, a média salarial era de R$ 870 e o índice de desemprego, de 17,2%. p.p.

Fonte: http://www.liberal.com.br/noticia/B5B941DF2DF-verba_para_hortolandia_e_42_maior

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