Coluna

O Novo Ano e a renovação

É incrível o poder que a ideia de renovação tem sobre nós. O encerramento de um ciclo e abertura de outro é sempre um alento em nossa vida: na vida privada, a idade nova sempre fortalece o indivíduo na busca por novos planos, sonhos, projetos, desejos e vontades que poderão deixar seus esconderijos em gavetas e prateleiras. O mesmo acontece a pequenos grupos na vida acadêmica: ao terminar o Ensino Fundamental, os adolescentes sentem-se renovados com a perspectiva do Ensino Médio; ao terminar o Ensino Médio, recebem como troféu da hercúlea maratona de exames vestibulares a tão sonhada vaga no Ensino Superior e a possibilidade de fazer novos amigos, ampliar os horizontes. Muitas são as formas da mudança se apresentar, e assim também é o final de ano para toda a sociedade.

Com a chegada de um novo ano esperamos que “tudo se realize no ano que vai nascer”, verso símbolo de esperança e renovação: a todos, desejamos saúde, amor, paz, harmonia, prosperidade e muita felicidade. Intimamente, teremos uma nova chance de consertar nossos erros, reorganizar o que não vai bem em nossas vidas, batalhar por uma realização que vem sendo postergada, seja a casa própria, o carro novo, uma pós-graduação ou a coragem de pedir a namorada em casamento.

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Ao ver povos de todas as nacionalidades reunidos em todo o mundo, em um cordão de boas intenções, com uma força simbólica sem medida, em uma tradição simbólica que remete aos primórdios das civilizações, temos a certeza de que a passagem do ano confere ao homem uma sensação de controle, como parte de um ritual “do bem”, o que nos garante estabilidade emocional: por pior que o ano que se encerra possa ter sido, o “novo” se apresenta e nos dá uma nova chance.

E, em vigília – do francês, “revéillon” – esperamos por esse pacote de oportunidades, carregado de superstições: à mesa, come-se lentilha para atrair dinheiro e prosperidade, e romã, símbolo da fertilidade – e as aves que ciscam para trás estão banidas, para não haver regressão de nenhum aspecto; pula-se sete ondas em uma referência direta à completude bíblica: Deus descansou no sétimo dia; sete é a somatória da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) com a Terra que habitamos, representada por seus quatro pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste); no livro de Apocalipse, são sete os selos que protegem o livro escrito por dentro e por fora, sete igrejas, sete anjos, sete taças, sete trombetas.
Assim, com esses votos desejo que em 2018 possamos ser como as sete cores do Arco da Aliança – o arco-íris: capazes de, com nossa essência, nos transformarmos, e lidarmos com o novo.

João Paulo Vani é Presidente da Academia Brasileira de Escritores, Mestre em Teoria Literária e Doutorando em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Unesp de São José do Rio Preto. Contato: [email protected]

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