Economia
Setor de eventos: nova lei (Perse) deve ajudar na retomada da economia
Conhecida pela sigla Perse, Lei nº 14.148/2021 permite negociar dívidas tributárias com vantagens para o contribuinte. Tributarista explica quais são os benefícios e quem pode participar
Responsável por mais de 4% do PIB brasileiro, o setor de eventos foi um dos mais impactados pela Covid-19. De acordo com a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), as medidas restritivas para controle da pandemia atingiram 97% das empresas, que deixaram de faturar cerca de R$ 230 bilhões em 2020 e 2021. Embora 56% já tenham voltado a atuar normalmente em 2022, como indica levantamento realizado pela Abrape em parceria com o Sebrae Nacional, grande parte dos empresários acumula prejuízos.
“Uma das principais dificuldades encontradas pelas empresas do setor nesta retomada é a gestão das dívidas tributárias. Com o objetivo de atenuar as perdas ocasionadas pelas medidas restritivas, o Governo Federal instituiu o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos. Mais conhecido como Perse, o programa possibilita a negociação dos débitos inscritos na dívida ativa da União, concedendo relevantes benefícios para as empresas do setor”, afirma Nicholas Coppi, tributarista da Coppi Advogados Associados.
Mais de 6 milhões de profissionais dedicados aos ramos de festas, eventos corporativos, casamentos e shows foram afetados no período de pandemia, de acordo com a Abrape. Ainda segundo a entidade, pelo menos 350 mil eventos foram cancelados em 2020. Em meio à crise econômica, estima-se que pelo menos um terço das empresas do setor deixaram de existir.
O Programa de Estudos Sócio-Organizacionais do Setor de Eventos (Peso), levantamento realizado pela Abrape/Sebrae Nacional, expressa um cenário positivo com 56% das empresas retomando o trabalho em 2022, mas destaca também que 36% vêm desenvolvendo parcialmente suas atividades. Outras, representando 8%, ainda sofrem as consequências da crise. A pesquisa teve como amostragem os associados da Abrape, que reúne atualmente mais de 700 empresas em todos os Estados brasileiros.
“Embora haja um panorama de recuperação para o setor de eventos, grande parte das empresas ainda suporta os efeitos negativos gerados pelas dívidas tributárias do período”, destaca Coppi. Uma chance de compensação dos prejuízos está no Perse. “O programa instituído pela Lei nº 14.148/2021 pretende viabilizar a superação da situação transitória de crise econômico-financeira das pessoas jurídicas do setor de eventos, instituindo benefícios que objetivam propiciar o ajuste do passivo tributário dessas empresas”, completa o advogado.
O que é e quem pode se beneficiar do Perse?
Dentre os benefícios previstos pelo Perse estão a negociação de dívidas tributárias inscritas na dívida ativa da União com redução de até 100% do valor de juros, multas e encargos legais até o limite de 70% sobre o valor total de cada débito objeto da negociação. Além disso, o contribuinte contará com prazo de até 145 meses para a quitação de suas dívidas, bem como com redução a zero, por um período de sessenta meses, das alíquotas do IRPJ, CSLL, PIS/Pasep e Cofins.
Os benefícios atingem Pessoas Jurídicas que exerçam atividades com ou sem fins lucrativos, direta ou indiretamente ligadas ao setor de eventos. “A Portaria ME nº 7.163/21, que define os códigos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), traz uma lista longa que inclui casas noturnas, cinemas, feiras, hotéis, entre outros estabelecimentos”, enumera Coppi.
Para que possa se beneficiar com o Perse, o contribuinte precisa aderir à proposta no REGULARIZE, portal digital de serviços da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que reúne todas as inscrições passíveis de transação.
Nicholas Coppi destaca ainda que a restrição dos benefícios prevista na Portaria ME nº 7.163/21 às empresas já possuíam inscrição no Cadastur na data da publicação da Lei nº 14.148/21 é ilegal, pois institui restrição não prevista na lei do Perse, sendo, portanto, passível de correção pelo Poder Judiciário.
“Pagar os débitos inscritos em dívida ativa da União com os benefícios oferecidos pelo Perse é uma medida que favorece a sobrevivência sustentável das empresas neste grande e promissor setor de eventos, que gradativamente experimenta bons tempos de recuperação”, conclui Nicholas Coppi.
Coppi Advogados Associados
Fundado por sócio com notória reputação na área de tributação e integrado por profissionais de sólida formação acadêmica e comprovada experiência em casos de alta complexidade, o escritório Coppi Advogados Associados é reconhecido como referência em Direito Tributário, contando também com específica atuação em Direito Empresarial. O escritório opera em todo o território nacional, por meio de parceiros regionais e de unidades próprias em Campinas (SP), São Paulo (SP) e Brasília (DF), apresentando soluções efetivas, customizadas e seguras aos seus clientes. Mais informações: www.coppilaw.com
Economia
Dólar ascende com inflação americana em foco
A economia global tem seus olhos voltados para os Estados Unidos, especialmente na véspera da revelação de novos dados sobre a inflação americana, um fator que conduziu à leve ascensão do dólar, encerrando o dia a R$ 5,16. Com a inflação dos EUA excedendo as expectativas no primeiro trimestre, crescem as incertezas quanto ao timing e magnitude dos cortes de juros. Este cenário de expectativa reflete diretamente no comportamento dos investidores, que optaram pela prudência, resultando em um fechamento sem vigor no Ibovespa, que terminou o dia no vermelho.
A atenção se intensifica com a proximidade da divulgação do índice PCE, que mede a inflação mensal, configurando-se como o dado mais aguardado da semana. Dependendo dos resultados, esse indicador poderá consolidar perspectivas tanto pessimistas quanto otimistas no mercado financeiro.
No cenário nacional, destaque para a Petrobras que, após aprovação do pagamento de metade dos dividendos extraordinários de 2021, viu suas ações subirem mais de 2%. A reeleição de Pietro Mendes para a presidência do Conselho da estatal também foi bem recebida pelo mercado.
Paralelamente, a reforma tributária brasileira promete alterações significativas, incluindo benefícios para o consumo de carnes nobres e incentivos fiscais para famílias de baixa renda, além de um sorteio que distribuirá prêmios milionários a quem solicitar a nova nota fiscal eletrônica, visando aumentar a formalização das vendas e, consequentemente, a arrecadação governamental.
Economia
Arrecadação Federal de março atinge nível recorde desde 2000
A arrecadação federal em março alcançou a cifra inédita de R$ 190,61 bilhões, conforme divulgado pelo Ministério da Fazenda. Este montante representa o maior total para o mês em mais de duas décadas, evidenciando um aumento de 7,22% em relação ao mesmo período do ano anterior. Tal crescimento sustentado mostra a robustez da coleta de impostos e contribuições no atual cenário econômico.
De acordo com matéria da Agência Brasil de Notícias, a arrecadação de janeiro a março somou R$ 657,76 bilhões, um incremento real de 8,36%. Este valor é fruto principalmente da reintrodução da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e novas políticas tributárias envolvendo fundos de investimento, conforme estabelecido na recente legislação.
O desempenho destacado também inclui uma arrecadação significativa de PIS/Pasep e Cofins, que só em março foi de R$ 40,92 bilhões, marcando um aumento de 20,63%. Este resultado é atribuído ao crescimento nas vendas de combustíveis e ao aumento no volume de serviços e vendas no país, de acordo com dados do IBGE.
Além disso, a Receita Previdenciária e o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de capital também mostraram números expressivos. O IRRF, particularmente, teve um aumento de 40,44% no trimestre, impulsionado pela arrecadação proveniente de fundos de investimento.
Economia
Rendimento domiciliar cresceu no Brasil segundo IBGE: confira dados
O rendimento domiciliar, em relação à médio mensal per capita no Brasil atingiu o valor recorde de R$ 1.848 em 2023, de acordo com dados divulgados hoje (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse montante representa um aumento significativo de 11,5% em relação ao ano anterior, quando o valor médio era de R$ 1.658. Esse é o maior valor já registrado no país desde o início da série histórica.
Esses números foram revelados em uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que analisa o rendimento de todas as fontes de renda dos brasileiros. Isso inclui não apenas o dinheiro obtido por meio do trabalho, mas também aposentadorias, pensões, programas sociais, rendimentos de aplicações financeiras, aluguéis e bolsas de estudo, entre outros.
Mais detalhes sobre os dados de rendimento domiciliar no Brasil
Segundo o IBGE, em 2023, o Brasil tinha uma população de 215,6 milhões de habitantes, dos quais 140 milhões tinham algum tipo de rendimento. Isso representa 64,9% da população, a maior proporção já registrada desde o início da pesquisa em 2012.
Em comparação, em 2022, esse percentual era de 62,6%. Durante o auge da pandemia, em 2021, a proporção era de 59,8%, o mesmo nível registrado em 2012, quando a pesquisa teve início.
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