Saúde & Beleza

Obesidade feminina: quando os quilinhos a mais indicam problemas

Especialista fala sobre hormônios, importância do diagnóstico e tratamento correto da doença

 Quem nunca ouviu ou disse a frase “Preciso perder alguns quilinhos”? O clichê, dito com maior frequência pelo público feminino, evidencia a insatisfação com o próprio corpo e o desejo de adquirir a forma “padrão” e “perfeita” dos dias atuais. Em meio à propagandas publicitárias direcionadas para o culto ao corpo, modelos de passarelas esguias, capas de revistas com a silhueta perfeita, além de músculos definidos, muitas mulheres convivem com um grande e grave problema – a obesidade.

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Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, pesquisa Vigitel 2014, mostram que 17,9% da população brasileira está obesa e que o excesso de peso atinge 52,5% da população adulta do país. Ainda segundo a estatística, os quilos a mais são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que correspondem a 72% dos óbitos no Brasil.

Para o médico e gestor da B2Saúde, Francisco Vignoli, além dos danos no organismo, problemas osteomusculares, dores na coluna e desequilíbrio hormonal, a obesidade causa problemas ligados à saúde psicológica da mulher. “A mulher obesa está mais propensa a adquirir problemas psíquicos. Aceitação, realização e exposição do próprio corpo tornam-se um grave problema para esse público. A relação sexual com o parceiro também se torna algo difícil, ou seja, quando falamos em obesidade da feminina, estamos falando de um processo infinito”.

Segundo o especialista, o ideal é manter o IMC (Índice de Massa Corporal) dentro dos padrões normais. “Independentemente da questão estética, a obesidade não é um fator saudável e deve ser evitada. A mulher deve tratar o peso como uma grande régua ao longo da vida. O IMC é um ótimo índice para manter esse equilíbrio, pois transmite uma boa margem de segurança”, ressalta o especialista.

Como identificar e tratar a obesidade

O ganho de peso pode acontecer por quatro motivos: Problemas hormonais, falta de atividade física, má alimentação ou herança genética. Segundo Vignoli, ao identificar os quilos a mais na balança, a mulher deve procurar um médico endocrinologista e relatar o problema. “O especialista fará exames para detectar se existe alguma alteração hormonal, taxas de tireoide, colesterol e diabetes. Se o sobrepeso for por algum desses fatores, serão indicados os medicamentos necessários para o controle da doença e consequentemente da gordura corporal”.

Se as doenças endócrinas forem descartadas e a causa da obesidade for por consumo de calorias em excesso e má educação alimentar, o tratamento será realizado com acompanhamento de nutricionistas. “Os nutricionistas de hoje são brilhantes, pois existe um alto nível de qualificação e ótimas orientações. Vale lembrar que essa tarefa deve incluir a prática de atividades físicas regularmente”, ressalta o especialista.

Ainda segundo Vignoli, “a mulher é feita de múltiplas cascatas hormonais” e controlá-las é uma tarefa difícil, além disso, o uso de pílulas anticoncepcionais geram retenção hídrica, causando certas disfunções que acarretam obesidade.

“Outra questão que devemos ressaltar para as mulheres é que a faixa pós-gravidez é bem suscetível para desencadear o problema. Nesse período existe uma mudança no eixo metabólico pós-gravidez e por isso a faixa pós-gestacional tem maior tendência à obesidade”.

Cirurgia bariátrica

A gastroplastia, conhecida como cirurgia bariátrica é considerada, em alguns casos, a alternativa para reduzir o peso de pessoas com o IMC muito elevado. “Evidentemente temos padrões técnicos que devem ser respeitados. A obesidade mórbida deve ser bem classificada e diagnosticada corretamente. Atualmente uma grande parte dessas plásticas no estômago é feita com um viés puramente estético”.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), este tipo de cirurgia é indicado para pacientes com IMC acima de 35 Kg/m², que tenham complicações como apneia do sono, aumento de gordura no sangue, problemas nas articulações, diabetes, hipertensão, ou para os pacientes com IMC maior que 40 Kg/m², que não tenham obtido sucesso na perda de peso com nutricionistas, endocrinologistas e outros tratamentos.

Mulheres que realizam cirurgia bariátrica devem aguardar pelo menos 15 a 18 meses antes de engravidar. A grande perda de peso logo após a cirurgia pode prejudicar o crescimento do feto.

“Sou muito crítico em relação a cirurgia bariátrica, pois tenho visto casos que o paciente recebe tratamento para engordar e se adequar à tabela de peso recomendada ao procedimento e isso é um absurdo! Buscar profissionais competentes, e que ajudem o paciente de maneira saudável, é extremamente essencial e importante para manter a saúde em dia, ” finaliza o especialista.

Como calcular o IMC

O cálculo do IMC é feito dividindo o peso pela altura ao quadrado, ou seja, IMC = Peso: Altura². Resultados para as mulheres: estão abaixo do peso, se o resultado for menor que 19,1; possuem peso normal com números entre 19,1 e 25,8; estão marginalmente acima do peso, se o resultado variar entre 25,8 e 27,3, mas, são consideradas acima do peso ideal, se estiverem entre 27,3 e 32,3. Uma mulher é considerada obesa se o seu IMB for maior que 32,3.

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